"A vida em um breve comentário"

"Pare e pense."

domingo, 10 de agosto de 2008

Ode ao meu pai.


O segundo domingo de agosto,representa a segunda pessoa que viemos amar desde o príncipio.A segunda,pois,a primeira é a que nos carrega no ventre por longos nove meses,isso é um fato que não podemos ignorar.Mas o segundo,nesse aspecto é tão igualmente ao primeiro,que venhamos a convir,o nosso pai não nos carregou nove meses,mas esperou ansiosamente e até com uma certa invejinha,sentir-nos pela primeira vez.

O meu pai até os meus cinco anos e meio,era o tipo de pai que todos queriam ter,sabe?Ele que acordava de madrugada pra dar mamadeira pra mim e meu irmão,ele que dividia o ovo cozido nas manhãs de sábado,ele que trazia aquela sacola enorme recheada de chocolates das Lojas americanas todas as quartas feiras.É,eu era bem pequena,mas eu ainda me lembro bem.Depois disso,meus pais se separaram,e meu pai voltou pra São Paulo.Acho que eu nunca poderia explicar com palavras nem com nada nesse existente nesse mundo,toda a falta que ele fez no meu cotidiano.Sem dramas a parte,eu passei a minha infância todos os finais de semana com ele,em Ubatuba,no clube,na casa da minha vó,nos churrascos na casa dos meus padrinhos enfim,ele na minha infância,mesmo longe nos dias de semana,sempre fora muito presente.Daí na minha adolescência,as coisas foram mudando,e com todos os problemas que toda adolescente psico-problemática-rebelde sem causa,eu pela primeira vez na vida,senti o que era ter pais separados.Estranho não?Quando pequena eu era feliz,mas,quando fui crescendo foi aparecendo todas as ausências,todas as festas da escola que ele não foi,todas as decisões que ele não participou,todos os segredos de pai e filha que eu não comparti com ele.Não pensem que sou ingrata,não, eu sei que ele fez,e faz o melhor que pode,e agradeço todos os dias por ele pelo menos estar vivo e bem,mas,todos os momentos de raiva,todos os dias que eu não fui ao shopping ve-lo,toda indiferença e revolta,na verdade era puro e simplesmente a dor que a ausência dele causava na minha vida.Ultimamente,mais crescida,eu tenho entendido mais ele.Tenho aceitado mais como ele é,como que ele reagiu a toda a situação,e pela primeira vez,vi que meu pai era gente,e não o super herói que eu havia pintado toda minha infãncia.Isso o aproximou-o mais a mim,e eu posso dizer hoje que eu o amo muito mais(se é que isso era possível).Ele,senhor Walter Godoi,me ensinou tudo de bom que a vida podia ser,e o que não podia ser bom.Me ensinou que vale a pena ser bom,que mentir não é legal mesmo,(mesmo ele sendo o maior mentiroso que eu já conheci!hahaha)ele me ensinou a ser forte,a acreditar mais em mim.Muito além me ensinou a gostar de cantar,de gostar de música boa,de fazer piadas,de dançar,ele me ensinou desde o ínicio,o quanto a vida é boa,e quantas pessoas incríveis ela põe na sua vida.Acho que no fim ele me ensinou,o que pai nenhum poderia ter me ensinado com maior generosidade e maestria,ele me ensinou a ser filha.


Eu te amo pai,um golpe parafuso e um sorriso de piranha pra você!


E uma de suas músicas,é claro que não vou esquecer!



Me diga(Nando Reis).


Se eu acordo preocupado com as
providências como uma conta no banco
que eu nao tenho dinheiro pra pagar
Isso me aflige, e atrapalha
faz com que eu nao me de conta
de outras coisas
Que eu deveria cuidar
Então me diga
Se você ainda gosta de mim
Porque de você eu gosto
Isso nao deve ser assim
Tão ruim
Dos meus filhos eu sinto saudade
eu tenho medo que eles achem que
eu nao sinto a falta deles
como eu acho que eles sentem de mim

Pego o meu carro pelo asfalto
uso um sapato da mesma maneira
Por influencia do meu pai
Então me diga
Se você ainda gosta de mim
Porque de você eu gosto
Isso nao deve ser assim

Tão ruim
Há quanto tempo eu conheço você
Ou quanto tempo eu ainda vou precisar

E eu dependo do que eu
nao entendo eu pretendo apenas
que voce saiba que isso é meu amor

Um comentário:

Dyane Priscila disse...

Pais & Filhos

Tantos ensinamentos, entre presenças e ausências, os aprendizados que só você sabe o quanto são valorosos!

Beijos flor